Marcando minha volta à pintura, participarei de uma exposição coletiva, junto de 11 outros artistas da região do Vale do Paraíba, no Center Vale Shopping, em São José dos Campos, SP (vejam o convite abaixo). Continuando do ponto onde havia parado, há cerca de 2 anos, volto ao tema paisagem, ainda com uma série de lugares que chamo "Campos de Mistérios".
O texto abaixo fala um pouco disso.
“Campos de Mistérios” são, antes de tudo, resultados de intuição. Estão relacionados com busca, ou melhor, com um espreitar, pois, no fundo, há um desejo de permanecer perseguindo o indecifrável, ficando no limiar da revelação. Querem ser instantâneos de lugares pertencentes à certa geografia – a do inconsciente, da memória (que pode ser muito remota) e de lugares percorridos de verdade. Mas não precisam mais estar conectados a qualquer realidade, pois, materializados, já são ficção.
A prospecção desses campos ou paisagens começa na sua observação, concentrada naquilo que se destaca do cenário, geralmente no que não pertence àquele lugar e que está ali de passagem, às vezes por fração de segundo. Registrado, começa a construção em ateliê. Esboço, camadas de tinta, pigmento e água que começam tênues e vão se espessando. Reconstrução da imagem, sobreposições, deixando o rastro, os subterrâneos, o passado da pintura. O esforço é fazer o trabalho árduo parecer natural, disfarçar a dureza do processo em resultado que fale de atmosfera ou de coisa sutil, revelando clima e resvalando no mistério.